STJ absolve Marcão do Povo em caso de injúria racial contra Ludmilla


O Superior Tribunal de Justiça (STJ) absolveu o apresentador Marcão do Povo da acusação de injúria racial contra a cantora Ludmilla. A decisão, proferida pela ministra Daniela Teixeira, considerou que a condenação anterior baseou-se em um vídeo editado, comprometendo a análise completa do contexto.

Em 2017, durante a apresentação do "Balanço Geral DF" na Record TV, Marcão do Povo referiu-se a Ludmilla como "pobre macaca", comentário que gerou ampla repercussão negativa e resultou em sua demissão da emissora. Posteriormente, ele foi contratado pelo SBT. Em primeira instância, o apresentador foi absolvido, mas, em segunda instância, foi condenado a pagar indenização de R$ 30 mil e cumprir um ano e quatro meses de prisão em regime aberto.

A recente decisão do STJ, divulgada em 23 de dezembro de 2024, reverteu a condenação anterior. A ministra Daniela Teixeira destacou que a sentença baseou-se em um vídeo editado, sem a devida contextualização da fala completa do apresentador, o que comprometeria a justiça da condenação.
 

A defesa de Ludmilla manifestou-se contrária à decisão e anunciou que recorrerá ao colegiado do STJ no início de 2025. Em nota, afirmou confiar que a decisão será revertida, classificando a conduta do apresentador como criminosa e preconceituosa, e alertou para o risco de retrocesso na luta contra o racismo no país.

Nas redes sociais, a absolvição de Marcão do Povo gerou indignação entre internautas e fãs da cantora, que expressaram apoio a Ludmilla e criticaram a decisão judicial, levantando debates sobre o combate ao racismo no Brasil.

Até o momento, Marcão do Povo não se pronunciou publicamente sobre a absolvição.